Em projetos de inventário florestal, é necessário a identificação das espécies presentes, bem como calcular a volumetria destas árvores. Junto com a dendometria, são estudos e ferramentas essenciais para quem busca atuar como consultor ambiental com projetos que envolvem recursos florestais.

O cálculo de volumetria precisa ser feito, independente da metodologia que você utilizar (censo ou parcela). Mas afinal, o que é a volumetria e como ela se relaciona com a dendometria?

O que é calculo de volumetria?

A dendometria é o estudo das características vegetais e ecológicas de uma área, através de cálculos matemáticos. E a volumetria é apenas uma das fórmulas utilizadas dentro deste estudo.

Desta forma, a volumetria permite estimar, em m³, qual o volume que uma árvore ocupa em determinada área. E Isso é importante tanto para interesses comerciais, quanto científicos.

Dentro dos dados coletados para medir o volume de uma árvore estão:

• Perímetro à altura do peito (PAP);
• Altura da primeira bifurcação (HB);
• Altura total (HT).

Por que é necessário calcular a volumetria em inventário florestal?

Calcular a volumetria é necessário para saber o volume do tipo de madeira presente em uma área florestal.

Em um tronco, até a altura da primeira bifurcação tem o que chamamos de “fuste comercial”. Este é o que pode ser vendido para fabricação de móveis e tábuas, por exemplo.

Acima da bifurcação, tem o “fuste não comercial”, este é utilizado para a fabricação de lenha e carvão. A soma destes dois grupos, caracteriza a altura total da árvore, contabilizada a partir da linha do solo.

Além disso, é importante tem ciência que cada espécie arbórea e até mesmo cada indivíduo podem ter padrões de crescimento diferentes. Pode acontecer da bifurcação estar mais alta ou mais baixa, mais longe ou mais próxima entre elas.

Como calcular volumetria simples em inventário florestal?

A mensuração da volumetria da madeira presente em árvores é algo muito diverso e pode ser realizado de várias formas. Atualmente existem várias fórmulas matemáticas para garantir a mensuração do volume encontrado nas árvores.

Geralmente, os pesquisadores da área desenvolvem fórmulas para as espécies comerciais, tais como Eucalipto, Pinus e etc.

No entanto, como há uma diversidade gigantesca de espécies arbóreas fica difícil estabelecer uma fórmula para cada espécie. Desta forma eles desenvolvem fórmulas matemáticas mais amplas.

Com isso vamos discutir abaixo, como podemos coletar os dados dendométricos mais importantes para o cálculo de volume de madeira.

Para coletar informações necessárias para mensurar o volume de madeira comercial e lenha presentes em uma área pode ser utilizada uma trena métrica (3 m) para o Perímetro a altura do peito (PAP) e trenas (50 m) para aferir as alturas total (HT) e comercial das árvores (HBif).

Para se calcular o volume da madeira é necessário que estabeleça um padrão para o Fator de Forma da madeira. Segundo Amaral et al (1998), esse fator pode ter três valores:

• 0,3 quando a madeira tem baixa qualidade
• 0,7 quando a madeira média qualidade
• 0,9 quando a madeira possui alta qualidade.

Então, se você (assim como eu) acho que fazendo faculdade de biologia, iria se livrar da matemática… eu sinto muito!! Vamos lá.

Cálculo da área transversal individual

Com os dados que você pegou do PAP, é preciso fazer o cálculo do Diâmetro na Altura do Peito (DAP) em metros. Sendo a seguinte fórmula:

DAP=d=PAP/ π

Onde

• d= diâmetro
• PAP = Perímetro na Altura do Peito em metros
• π= 3,1416

Tendo os dados de diâmetro, a próxima etapa é fazer o cálculo da Área transversal individual com a seguinte fórmula:

A= π*r²

• A= Área transversal individual
• π =3,1416
• r= Raio (r = DAP dividido por 2)

 Volume individual, por espécie e volume total

Obtidos os dados de diâmetro (DAP) e de área, podemos seguir para o cálculo dos volumes de acordo com De Angelis et al. (2007)

Vit = π (DAP)²/4 * HT * FF

na qual:

• Vit = volume individual total em metros cúbicos
• π = 3,1416
• DAP = diâmetro obtido na primeira fórmula apresentada
• HT = altura total em metros
• FF = fator de forma, onde o valor de FF = 0,7

Cálculo do volume total da cobertura florestal

Após obter os dados de volume individual de cada árvore, é necessário fazer o cálculo do volume total da cobertura florestal, ou seja, qual o volume ocupado por todas as árvores na área que você coletou as informações. Para isso, você precisará somar o volume de todos os indivíduos

VT = ∑ Vit

no qual:

• VT = volume total
• ∑ Vit = somatória dos volumes individuais totais

 Volume comercial individual de madeira, por espécie e total

O Volume comercial da madeira é aquela parte do fuste que vai do solo até a primeira bifurcação. Esta madeira é utilizada para o comércio, como fabricação de móveis ou tábuas. É importante você ter este dado pois, caso seu cliente seja uma madeireira ou um produtor que vende para madeireiras, ele precisará saber o volume de madeira que possui em sua área.

De Angelis et al. (2007), esta é fórmula do Volume Comercial individual:

Vic = π (DAP)²/4 . Hbif . FF

 na qual:

• Vic =volume comercial individual de madeira em m³
• π = 3,1416
• DAP = diâmetro a 1,3 m do solo em metros
• HC = altura da primeira bifurcação
• FF = fator de forma, onde o valor de FF = 0,7

Cálculo do volume total de madeira comercial

O Volume total da madeira comercial é a soma dos volumes comerciais de cada indivíduo na área onde você coletou os dados (censo – área total, ou parcela – área dentro da parcela)

VTC = ∑ Vic

na qual:

• VTC = volume total de madeira comercial
• ∑ Vic = somatória dos volumes individuais de madeira comercial

Com estas fórmulas, você consegue chegar aos dados de volumetria necessários para apresentar no seu Inventário Florestal. Não se esqueça que junto com estes dados, você precisa apresentar também as tabelas de espécies com os nomes das família, origem (nativa ou exótica).

Uma dica, é que você use planilhas automatizadas para fazer esses cálculos automáticos e agilizar seu trabalho, ou então use o FitoPAC, um software gratuito e próprio para este tipo de cálculo!!

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Referências

AMARAL P. H. C. et al. Floresta para sempre: um manual para produção de madeira na Amazônia, Belém: Imazon, 1998.

DE ANGELIS, B. L. D.; SAMPAIO, A. C. F.; TUDINI, O. G.; ASSUNÇÃO, M. G. T.; ANGELIS NETO, G. Avaliação das árvores de vias públicas da zona central de Maringá, Estado do Paraná: estimativa de produção de resíduos e destinação final, Acta Sci, Agron, Maringá, 29 (1) 133-140. 2007.