O plantio de árvores pode ser feito para diferentes objetivos e nos trazer bastante dúvidas. Uma dela é como definir espaçamento de mudas. Sejam eles comerciais ou para fins de recuperação ambiental. Em projetos que envolvem recuperação ambiental, como os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), é necessário que o consultor ambiental realize o plantio de espécies arbóreas nativas.
Porém, o plantio não pode ser de qualquer maneira. Assim, deve ter metodologias e propósitos bem definidos. Uma das preocupações importantes ao realizar o plantio, é a escolha do espaçamento adequado para as mudas. Normalmente os espaçamentos utilizados são de 2×2 metros, 3×2 metros e 4×4 metros.
O plantio das mudas não deve ser muito próximo
Cada espécie arbórea precisa de espaço suficiente para o crescimento adequado das raízes e das suas partes aéreas (tronco e copa). Além disso, o espaçamento também serve para prevenir a competição direta por recursos por estarem próximas de mais uma das outras.
Este espaçamento também deve levar em consideração as propriedades de cada habitat e os padrões de crescimento das plantas. Por exemplo: árvores do cerrado, podem possuir sistemas radiculares mais proeminentes, tornando necessário uma maior área de colonização para as suas raízes e um espaçamento maior.
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Quais são os principais fatores para definir o espaçamento das mudas?
O espaçamento pode promover alterações relacionadas com a forma dos troncos das mudas e até mesmo interferir nas taxas de crescimento do espécime. Outros fatores que devem ser levados em consideração envolve as taxas de crescimento dos espécimes arbóreos plantados. Pois quanto maior o crescimento de uma árvore, mais espaço disponível para o seu crescimento deve ser disponibilizado.
Este fato é de suma importância para empresas que trabalham com o plantio de espécies de importância comercial madeireira (Ex. Cultivo de Pinus e Eucalipto. Para deste modo, conseguirem otimizar ao máximo a sua capacidade de produção de madeira, gerando indivíduos arbóreos com portes maiores e em menor tempo. Por este motivo, a delimitação do espaçamento de mudas adequado, é de suma importância para projetos de plantio (Ex: PRADs).
Escolha dos espaçamentos
Para espaçamentos mais elevados
Estes formato, pode permitir que as taxas de competição entre as mudas diminuam. Além disso, aumenta a produção do volume individual e diminui a quantidade de mudas da área alvo do plantio. Porém, essas mudas podem não formar um dossel contínuo, permitindo que espécies invasoras como gramíneas. Neste caso, 4×4 é o espaçamento indicado.
Para espaçamentos com maior densidade
Este tipo de espaçamento, pode ser empregado utilizando por exemplo distâncias de 2×2 metros entre as mudas. Assim, promovem um fechamento do dossel mais rápido. Isso atua como fator preponderante para a formação de sombreamento e consequentemente pode auxiliar na eliminação de alguns espécimes exóticos.
Para reduzir custos do projeto
A escolha do espaçamento adequado também pode auxiliar na diminuição dos custos do projeto, por exemplo: A recuperação de uma grande Área de Preservação Permanente (APP). A escolha de metodologia com espaçamentos maiores irá diminuir a quantidade de mudas e, consequentemente, os custos do projeto.
Em contrapartida, a escolha de espaçamentos 2×2 metros utilizada um número maior de mudas e isso podem encarecer o projeto. Por este motivo é de suma importância a delimitação clara dos objetivos a serem alcançados com o projeto. Afinal, cada espaçamento fornece uma determinada vantagem e uma desvantagem. Por isso devem escolhidos de acordo com as: condições do ambiente, taxas de crescimento das espécies arbóreas escolhidas, custos, entre outros fatores.
É importante frisar também que a escolha da metodologia deve estar alinhada com objetivo principal do projeto, mas sem deixar de considerar a disponibilidade de recursos financeiros que o seu cliente pode oferecer. Afinal, espaçamentos maiores, apesar de reduzir custos também aumentam a probabilidade de aparecimento de espécies invasoras.
Texto escrito por:
Clayton da Broi
Biólogo e Analista Ambiental na Resoluto Consultoria Ambiental