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Guia completo para fazer Inventário Florestal

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O inventário florestal é um projeto bastante requisitado por órgãos públicos como o IBAMA e Departamento de Estradas e Rodagem (DER) como pré-requisito para liberar autorização de corte de árvores, exploração de recursos florestais, diagnósticos ambientais ou para defesa técnica como resposta a notificações, multas e embargos. Além disso, é um projeto ambiental bastante lucrativo e que pode ser realizado por diversos profissionais da área.  

Sendo assim, o inventário florestal pode ser divido em três fases:

  • Pré-campo: Este consiste no planejamento das atividades necessárias para fazer o campo.
  • O campo: nessa etapa é feito a coleta dos dados necessários para a escrita do projeto.
  • Escrita: envolve trabalhar os dados coletados em campo e desenvolver os objetivos do projeto.

Preparativos de campo para fazer Inventário Florestal

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Antes de mais nada, ao sair à campo é necessário fazer o planejmento de dados a serem coletados e, também, dos equipamentos necessários e das atividades que vão ser realizadas.

Sendo assim, defina com antecedência todas as etapas necessárias para completar o projeto. Assim, para te ajudar a se organizar, responda as seguintes perguntas ao se preparar:

  1. Quais são os dados que precisam ser coletados?
  2. Quais os equipamentos que precisará levar?
  3. Quanto tempo será gasto em campo?
  4. Como é a área que será inventariada?
  5. Quantas pessoas precisa para o serviço?

Listar todas essas informações evitará perder tempo na hora do campo e a não esquecer nenhum dado valioso.

Hora de ir à campo

Durante o campo é o momento de coletar o máximo de informações possíveis para a escrita do projeto, por isso deve ser feito com calma e atenção.

Reconhecimento da área

A primeira atividade a se fazer em campo é o reconhecimento da área. Por isso, se a vegetação permitir, avance por todo o local procurando por alterações no relevo, características do solo, presença de corpos hídricos, diferentes tipos de vegetação, construções e qualquer outra informação que possa ser relevante.

Além disso, junte essas informações com as que o cliente passou, como projetos arquitetônicos, por exemplo. Estas são fundamentais para desenhar mapas e delimitar possíveis áreas de supressão da vegetação.

Caracterização da vegetação

Um inventário florestal completo necessita de informações de toda a vegetação, não apenas das árvores. Para isso é importante a coleta dos dados fitossociológicos da área. Esses dados incluem informações horizontais, como a densidade, abundância, e valores de importância de uma espécie dentro da comunidade vegetal daquele espaço.

Os dados fitossociológicos podem ser coletados através do levantamento de informações como:

  • Profundidade da serrapilheira;
  • Espécies abundantes nos diferentes extratos;
  • Abundância desses extratos;
  • Área com ou sem gramíneas

Dados dendrométricos

Os dados dendrométricos são valores a respeito da massa e volume dos indivíduos arbóreos. Essas informações são referentes à altura, circunferência do tronco, volume de lenha entre outros.

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            Para coletar esses dados os equipamentos mais importantes são: uma fita métrica para retirar os valores de PAP (Perímetro Altura do Peito), um clinômetro para medir a altura total da árvore e de onde ocorre a primeira divisão em galhos da (primeira bifurcação) ou fazer a medição relativa através da visão. Outras informações essenciais são as espécies e número de indivíduos arbóreos.

Após a coleta de todos os dados, é necessário fazer alguns cálculos de volumetria. Estes cálculos matemáticos irão dar informações muito importantes sobre a área inventariada. Com isso, você pode, por exemplo, dizer se uma área está em estágio inicial, médio ou avançado de preservação.

Identificação das espécies.

Seja pelo método de censo ou parcela, também será necessário fazer a identificação das espécies arbóreas presentes no local. Com isso, é importante que você faça um estudo prévio das espécies mais comuns da sua região para te ajudar na hora de identificar. Caso você não domine a identificação de espécies, você não precisa rejeitar projetos de inventário florestal por isso. Neste caso você pode, por exemplo, coletar amostras das árvores encontradas (galhos, flores e frutos) e usar a literatura e chaves de identificação. Como resultado, você entregará projetos mais completos e com dados seguros e reais.

Resumo da etapa de campo

Na amostragem em campo você precisa coletar os seguintes dados fitossociológicos:

  • Número e tipos de extratos vegetais presentes na comunidade local;
  • Espécies presentes na vegetação;
  • Caracterização da serrapilheira, do sub-bosque, das gramíneas, epífitas e lianas;
  • Abundância e dominância das espécies.
  • Espécies;
  • Número de indivíduos

Os dados dendrométricos necessários são:

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  • Altura total;
  • Altura da primeira bifurcação ou fustes;
  • PAP – Perímetro Altura do Peito;

Escrita do projetos de inventário florestal

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Escrever um inventário pode ser um processo desafiador. Afinal, este é o momento em que todos os dados coletados em campo se unem através do seu objetivo e ganham um propósito. Além disso, o documento que passará pela avaliação de terceiros e isso irá determinar a aprovação do projeto. Certamente, isso soa um pouco aterrorizante mas não se preocupe. Afinal, com atenção aos detalhes e com as dicas a seguir não tem como errar.

Informações gerais

            Um bom relatório para inventário florestal precisa ter informações pertinentes como, dados do cliente (pessoa física ou jurídica), informações da área (dados do imóvel/lote), número de ART e informações da equipe técnica que levantou os dados e escreveu o projeto.

Introdução

A introdução é o momento de trazer um pouco do embasamento teórico e legal que respaldam e possibilitam que esse projeto exista e tenha validade técnica, além de contextualizar e apresentar o objetivo do projeto. Por isso, traga informações importantes e que estejam alinhadas com o objetivo do seu projeto.

Objetivos

É importante deixar claro quais são os objetivos desse projeto. Sendo assim, se pergunte o por que você está caracterizando essa vegetação, se seu projeto é um diagnóstico para a preservação da área, ou até mesmo se serve para solicitação de desmate e derrubada das árvores com o objetivo de instalar alguma obra ou empreendimento? Dessa forma, delimite bem qual a finalidade do seu projeto para ficar claro como o fiscal deve avaliar e qual o parecer ele deve emitir.

Caracterização da área

Os dados de relevo, solo, corpos hídricos e presença de construções que foram coletadas em campo são fundamentais para essa parte do relatório. Assim, antes de falar sobre a vegetação é importante caracterizar o terreno. Pois, essas informações podem complementar e justificar os resultados obtidos no inventário florestal.

Nessa etapa do projeto você pode incluir também mapas de localização do terreno e mapas de uso e ocupação do solo. Da mesma forma, é bacana colocar imagens e outros recursos necessários para fazer uma boa caracterização da área.

Metodologia

É essencial que a metodologia do projeto seja extremamente detalhada e bem explicada. Dado que, informações erradas ou mal explicadas podem invalidar seus resultados diante ao técnico do órgão ambiental. Portanto, faça um estudo da metodologia e principalmente dos cálculos que serão utilizados no trabalho.

Assim, nesse tópico você indica quais as referências utilizou para identificar e nomear as espécies, quais as fórmulas volumétricas utilizou para encontrar informações como área transversal, volume de lenha, volume comercial e como foi feito a caracterização das informações fitossociológicas. Em nosso artigo sobre volumetria você terá uma base para estruturar sua metodologia.

Resultados

 Os resultados são sem dúvida nenhuma a parte mais importante do seu trabalho, pois são eles que vão justificar ou não algumas das ações pretendidas com o Inventário florestal e fornecer dados para tomadas de decisões e avaliação dos órgãos ambientais. Se você seguiu os passos indicados na etapa de campo então, provavelmente, você obterá resultados como: número de indivíduos (nativos e exóticos), número de espécies, altura e com base nos cálculos de volumetria chegará à resultados importantes para seu projeto.

            Sendo assim, foque em sintetizar os resultados e deixa-los de fácil entendimento para quem vai ler. Se necessário, utilize gráficos, tabelas e mapas para ilustrar as informações da melhor forma possível.

Discussão

            A discussão pode vir direto com os resultados ou em um tópico a parte. Independente da escolha o essencial é construir uma discussão voltada aos seus objetivos. Por exemplo, se o objetivo do seu inventário é solicitar o corte de um pequeno fragmento florestal para a construção de um loteamento, o que você pode usar dos seus resultados como justificativa para esse corte? Talvez a área esteja em um estágio inicial de regeneração, ou a área está dominada por exóticas que impedem a regeneração da mata nativa.

            Além dos dados fitossociológicos, os dados dendrométricos também são muito úteis. Além disso, as legislações permitem o corte por volume de lenha, ou seja, a área pode ser suprimida desde que respeite o volume máximo.  A discussão pode ser complementada com dados vindos de artigos científicos, outros relatórios e até de fontes de dados institucionais e principalmente, das Leis e decretos do local a qual o projeto será apresentado. O importante é sempre direcionar todas essas informações ao seu objetivo.

Conclusão

            A conclusão dever ser clara e sucinta pois ela amarra os seus objetivos e resultados em uma ou poucas frases. De forma, que você finalize seu trabalhando dando seu parecer a respeito de tudo que foi apresentado e que faça as solicitações necessárias para o avaliador do seu projeto. Aqui vão alguns exemplos de conclusão:

Para pedido de supressão vegetal:

“[…] Visto que a área encontra-se altamente impactada pela presença de espécies exóticas invasoras. Portanto é viável a supressão da vegetação.

Para diagnósticos:

“[…] Diante das informações apresentadas ao longo do trabalho é possível inferir que a área encontra-se em estágio inicial de regeneração.

Esse é um escopo padrão para qualquer inventário florestal. Claro que dependendo da complexidade ou do termo de referência que alguns órgãos ambientais utilizem será necessárias mais informações e mais dados. O mais importante é sempre se dedicar aos trabalhos e executa-los com cuidado e atenção.

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