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Inventário Florestal e PRAD: diferenças e metodologias

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Se você é da área ambiental e quer atuar como consultor, provavelmente já ouviu falar de projetos de inventário florestal e PRAD, o plano de recuperação de áreas degradadas. Mas você sabe qual é a diferença entre eles? Então vem, eu vou te explicar.

Antes de tudo é importante que você saiba quem são os profissionais que podem fazer ambos os projetos, afinal eles são muito comuns em atividades de consultoria.

Quem pode executar estes projetos?

Normalmente, estes projetos são feitos por biólogos, engenheiros ambientais e florestais. Mas também pode ser feito por geógrafos e agrônomos. Isso depende muito da área de atuação e objetivo do profissional.

Os objetivos de cada projeto são bem diferentes e os dados que você precisa coletar também. Para começar, o inventário florestal e PRAD precisam da identificação das árvores na área. Mas o inventário florestal é para estudos de dendometria e análises de regeneração florestal. Enquanto o PRAD, é para a recuperação de uma área degradada e os dados coletados das árvores ficam restritos ao nome da espécie ou se é nativa ou exótica.

Sabendo isso, podemos entrar mais a fundo em cada um deles. Vamos começar pelo inventário florestal e depois o PRAD.

Inventário Florestal

young ethnic woman cutting fir tree branches
Photo by Gary Barnes on Pexels.com

Este é um projeto ambiental que busca a identificação de das espécies de árvores, bem como levantamento de dados dendométricos.

Agora eu imagino que você deve estar se perguntando: “ta, mas para que?”. Afinal, saber os motivos para a execução de um projeto, te ajuda na busca e negociação com os clientes, não é mesmo?

Dessa forma, o inventário florestal pode ser necessário para pedido de corte de árvores, análise para compra e venda de terrenos. Bem como, analise da qualidade e diversidade de uma área florestal e o seu grau de regeneração, para criação de políticas de conservação.

Quais são as metodologias de um inventário florestal?

Existem dois métodos que podem ser utilizados. A escolha de cada uma delas depende do tamanho da área e do grau de precisão que você precisa que o seu resultado tenha. Agora vou explicar cada uma delas para você, vamos lá?

CENSO

No censo, você vai coletar de dados de todas as árvores presentes no local. Geralmente é utilizado para áreas com poucas árvores e longe uma das outras, ou que não formam fragmento florestal.

AMOSTRAGEM

Aqui você irá definir diferentes pontos amostrais. Assim, fará a análise de todas as árvores dentro de uma área (10x10m). Estes pontos amostrais precisam apresentar, da melhor forma possível, a realidade do local. Dessa forma, marque os pontos sempre próximo aos cantos e no centro do fragmento. Porém, se atente para não marcar pontos muito na beira e coletar dados com efeitos de borda.

Quais dados devo coletar no inventário florestal?

Seja censo ou amostragem, os dados coletados não se alteram. Você precisará fazer os cálculos de volumetria e para isso precisará do Perímetro à altura do peito, altura da primeira bifurcação e altura total. A partir destes dados, pode fazer os cálculos necessários para apresentar ao órgão ambiental

Além disso, você também vai precisar coletar o nome científico e comum das espécies nativas e exóticas presentes na área total ou dentro das parcelas.

Agora que entendemos mais sobre o inventário florestal, podemos seguir para o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

Plano de recuperação de áreas degradadas

mining excavation on a mountain
Photo by Vlad Chețan on Pexels.com

O objetivo deste projeto está no nome: recuperar áreas degradadas. Para isso você precisará fazer uma avaliação do local, mas diferente do inventário florestal, neste você vai pegar do dados solo e sinais de presença humana. Porém os dados dendométricos não serão necessários. Apesar disso, você precisará fazer a identificação das árvores no local, e separar em nativas e exóticas.

Esse projeto é preciso para empresas que geraram a degradação de uma área de preservação permanente. E também para empresas que precisam fazer a compensação ambiental. Seja devido construções, seja por derrubadas de árvores em outra área. Neste último caso, a prefeitura pode indicar uma área de preservação da região que precisa ser recuperada.

Quais são os processos de recuperação de áreas degradadas?

Após a visita ao local, você percebeu sinais de erosão, presença de exóticas, resíduos sólidos e animais domésticos. Antes de tudo, isso precisa ser controlado para evitar que continue acontecendo.

Após o controle dos impactos, é preciso definir os métodos para recuperar a área. Desde já, você precisa saber que não necessariamente você irá utilizar apenas um método. Você pode mesclar, conforme a necessidade. E se fizer sentido, é claro.

Vamos a alguns métodos?

Nucleação

Essa técnica é a criação de micro habitats para atrair espécies animais. Existem muitas técnicas de nucleação que você pode usar, como: transposição de solo, galharias, ou sementes. Além de revegetação e poleiros artificiais

Plantio de mudas

Esta técnica atua com a reposição de espécies vegetais na área. Nestes casos podem ser espécies arbóreas ou arbustivas. É importante sempre utilizar de espécies nativas da região, que produzam flores para atrair polinizadores e frutos para atrair dispersores de sementes.

Geotecnia

Antes de tudo, o objetivo é a estabilidade física do meio ambiente. Desta forma, pode ser utilizada em áreas que precisa de controle de erosão. Entre os métodos, você pode optar pelo plantio de grama, hidro semeadura ou uso de estacas e entrançados vivos.

Regeneração natural

Esta técnica é o abandono da área para que o local se recupere sozinho. Neste caso é importante que se avalie a fundo o grau de degradação, pois o tempo de recuperação da área é proporcional ao grau de degradação. Ou seja, quanto mais degradado o local, mais tempo leva para se regenerar.

É preciso verificar também a presença de exóticas. Afinal, estas atrasam o desenvolvimento das nativas e isso torna ainda mais lento (ou impossível) a regeneração natural. Apesar de ser o mais barato, nem sempre é ecologicamente viável.

Apesar de objetivos diferentes, alguns dados são iguais entre o inventário florestal e PRAD. Além disso, a escrita dos dois relatórios precisa ser técnica, simples e objetiva de forma que o técnico do órgão ambiental entenda tudo o que você está propondo.

Agora que você sabe mais sobre os objetivos, situações e métodos que estes projetos podem ser necessários, espero que fique mais fácil na sua prospecção e negociação de novos contratos. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com a gente através das redes sociais ou e-mail. Estamos a disposição

Texto escrito por:

Isabela Gonçalves da Silva

Bióloga pela Universidade Estadual de Maringá e pós graduanda em Gestão Ambiental pela Unicesumar | Analista ambiental e Gerente de Marketing na Resoluto

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