Nas atividades de consultoria ambiental há diversos programas ambientais que podem ser propostos. Sendo um deles, bastante importante, o resgate de fauna. Nesse sentido, os trabalhos de resgate de fauna possui dois profissionais que podem executar as atividades que são os biólogos e médicos veterinários, onde cada exerce suas habilidades técnicas e expertise em campo. E aqui entra o papel do biólogo no manejo de fauna.

Atuação do Biólogo no manejo de fauna

Os biólogos são os profissionais que atuam na linha de frente desta atividade. Assim, eles possuem o papel de resgatar, manejar, identificar e aplicar outras técnicas em relação à fauna. Mas ressalto que o médico veterinário, também, tem a capacidade técnica e autorização para atuar na mesma função. Assim também, o médico veterinário, dentro das suas atribuições, possui a competência médica de avaliar aspectos fisiológicos antes da captura e do manejo dos animais silvestres em campo.

Cuidados que devem ser tomados em campo

Na minha visão de médico veterinário, posso e preciso apontar algumas particularidades antes e após momento do manejo dos animais silvestres. Acima de tudo, é preciso que os biólogos fiquem atentos ao fator “stress”. De acordo com Broom (1988), o “Stress” é o processo pelo qual os fatores ambientais superam os sistemas de regulação do indivíduo e perturbam o seu estado de adaptação. Assim, o que chamamos fatores estressantes podem ser:  

• Somáticos: Mudanças drásticas que podem causar problemas à saúde do animal como:
  • Sonoros
  • Visuais e Olfativos
  • Táteis
  • Temperatura e Pressão
• Comportamentais: Tirar os animais do seu ambiente natural e fazer o manejo para outro espaço, também é um fator de estresse que deve ser cuidado. Afinal, isso pode causar graves problemas à saúde do animal. Estas podem ser:
  • Mudança de ambiente
  • Superpopulação
  • Transtornos territoriais e hierárquicos
  • Isolamento social
  • Alterações cronobiológicas
• Psicológicos: Do mesmo modo, estresses comportamentais podem acarretar em problemas psicológicos ao animal como:
  • Medo,
  • Ansiedade
  • Frustração
• Outros
  • Toxinas
  • Doenças infecciosas e/ou parasitológicas
  • Traumatismos
  • Deficiências nutricionais
  • Contenção e confinamento

O “stress” é uma resposta acumulativa, resultante da interação de um animal com seu ambiente, através de receptores.

SELYE, 1973

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Estude e esteja seguro para atuar com fauna

O biólogo no resgate deve estar atento aos fatores estressantes e por isso deve estar treinado e habilitado para fazer um resgate, manejo, captura e até auxiliando o médico veterinário no atendimento dos mesmos. Também é importante, estar sempre atento à espécie e suas características únicas. Afinal algumas espécies tem fisiopatologias particulares, como é o caso de alguns mamíferos que sofrem com miopatia de captura e por isso alguns podem vir a óbito rapidamente devido o stress.

Assim, o biólogo deve fazer uma análise de todos os animais antes de fazer contenção física e ao fazer deve ser de forma respeitosa, rápida, segura, eficaz. Para isso, também é preciso conhecer todos os mecanismos de defesa dos animais silvestres.

O Biólogo nunca deve fazer uma contenção física com insegurança, pois isso pode ser um fator primordial para que o animal sofra alguma fisiopatologia do stress. Afinal, o animal estará com níveis altíssimos de adrenalina na corrente sanguínea.

Por último, mas não menos importante, tenha em mente que a melhor forma de trabalho sempre será com a boa comunicação entre os profissionais da equipe de resgate e com todos atentos às metodologias de contenção de animais silvestres. Afinal, é importante lembrar que as equipes de resgate de fauna são multidisciplinares e compostas por profissionais com diferentes experiências.

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